
Entre o final do século XIX e início do XX rodaram pelas ruas do Recife os primeiros bondes com tração a vapor ou animal. Os bondes a vapor e de tração animal rodaram no Recife até a Primeira Guerra Mundial quando chegaram os bondes elétricos.
A chegada da modernidade. O serviço de bondes elétricos foi inaugurado oficialmente no dia 13 de maio de 1914, em cerimônia festiva, com a presença do então governador do Estado de Pernambuco, o general Emydio Dantas Barreto e outras autoridades. O povo foi às ruas do centro da cidade para ver o novo e moderno meio de transporte, administrado pela companhia inglesa Tramways.
Na foto acima podemos ver o contraste dos bondinhos elétricos dividindo espaço com os carros automotores. Apesar da diferença de tamanho o bonde perde a "briga" pelo espaço. O desaparecimento desses coletivos, que tantos e tão bons serviços prestaram aos recifenses, foi um processo lento e moroso. Enquanto foi possível manter o serviço, mesmo em condições precárias, o povo usou o bonde até sua extinção total nos anos de 1956 a 1957.
A história do bonde elétrico no Recife está intimamente vinculada à história política e social da cidade, afinal, foram praticamente quarenta anos de circulação desse veículo pelas ruas do Recife. O bonde acompanhou o progresso, as mudanças socioeconômicas, a moda, assistiu ascensões e quedas de governos.
Os bondes eram altos, mas possuíam estribos para facilitar a subida dos passageiros. Mediam três metros de largura, tinham bancos largos de madeira que davam para acomodar cinco ou seis pessoas, em cada um. Nos bondes maiores, de dois truques, (conjunto de dois eixos de rodas sobre o qual se assentam as extremidades do chassi dos vagões, para lhes permitir entrar em curvas) as cadeiras podiam virar para um e outro lado. As linhas de ida e volta, com dois carros cruzando um com o outro, tomavam praticamente toda a largura das ruas que em geral, mediam no máximo oito metros.
As viagens morosas para os bairros distantes do centro da cidade, as pessoas sentadas bem juntas umas das outras, em ambiente arejado, favoreciam as conversas, as leituras de jornais, livros e revistas, as amizades e os namoros. Era proibido fumar nos três primeiros bancos, no salão dos carros de primeira classe.
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