O Recife nasceu como decorrência do seu porto, ancoradouro de Olinda. Teve origem logo após a fundação de Olinda, no ano de 1537, de uma comunidade de pescadores, com suas pequenas palhoças em frente aos arrecifes de corais e por isso chamada de Arrecifes dos Navios. Era uma pequena e estreita área entre o Rio Capibaribe e o mar. Desta pequena península expandiu-se, subtraindo áreas dos mangues e explorando as várzeas do Beberibe e do Capibaribe, num intensivo processo de aterro.
Na várzea do Capibaribe os engenhos foram se sucedendo, ganharam nomes que ainda hoje encantam e batizaram inúmeros bairros de nossa cidade, tais como: Casa Forte, Monteiro, Apipucos, São Brás, Madalena, Torre, Cordeiro, Engenho do Meio, etc. Das várzeas do Tejipió os engenhos: Curado, São Paulo e Jiquiá.
Em 1548 muitas palhoças já podiam ser vistas; o século XVII mal iniciava e era erguida a ermida de Santelmo, que se transformaria depois na Igreja do Corpo Santo.
Do porto do Recife era alimentada a riqueza de nossos colonizadores, com embarcações saindo abarrotadas de pau-brasil, açúcar, algodão e fumo. E lá, também, chegavam mercadorias do Reino. O porto foi, também, testemunha do triste espetáculo dos desembarques dos escravos africanos por quase quatrocentos anos.
A notícia da riqueza da Colônia fazia a fantasia de muitos piratas e corsários. Um deles, o inglês James Lancaster, em 1595, dominou e saqueou o Recife. Surgiram os fortes para protegê-la, mas não suficientes para impedir que os holandeses aqui chegassem em 1630 e, por 24 anos, dominassem nosso território.
Ganhando importância econômica, o Recife, em pouco tempo, tornou-se um núcleo urbano, intensificando sua ocupação após a invasão holandesa em 1630 e, ainda mais, depois que os holandeses incendiaram Olinda, em 5 de dezembro de 1631.
Recife virou sede da administração flamenga e com a chegada do Conde Maurício de Nassau, em 1637, promoveu-se uma verdadeira revolução urbana na cidade. Surgiram palácios, canais, fortes, diques, ruas pavimentadas, pontes e aterros. Ao chegarem aqui havia cerca de 130 prédios, quando saíram havia 300. Os portugueses, em 1654, retomaram o comando do governo. Em 19 de novembro de 1709 o povoado foi elevado à categoria de Vila de Santo Antônio do Recife. Em 5 de dezembro de 1823, D. Pedro I elevou a vila à categoria de cidade, agora com o nome reduzido para Recife, para em 15 de fevereiro de 1827 passar a ser a capital da província de Pernambuco.


Nenhum comentário:
Postar um comentário